Inicial
som
família tilinda .com
Laboratórios de Performance
Música em Família
Semanas da Musica .com
série grandes mestres .com
Recital Comentado
salete chiamulera.com
astarte
Duo Leichsenring
Embap
Festival Penalva
koellreutter
Pró-Música
Professores
Amor e Crianças
Família Chiamulera
Grupo de Estudos
Homenagens
Rosa Maria Chiamulera
Artigos
Imprensa
Fotos
pianistas admiráveis
Poemas e Desenhos
Técnicas e Estruturações
Aquamec
Cetha
Engenharia
PRVP
Caleidoscópio
Inicial
 

CHOPIN EM DUSZNIKI ZDRÓJ

SALETE MARIA CHIAMULERA

EXCLUSIVAMENTE PARA CLAUDIO


FREDERIC FRANÇOIS CHOPIN, hoje, antes de estar nas partituras das músicas que escreveu, no repertório de inúmeros pianistas que recriam sua obra no mundo todo, está no coração de cada polonês.

Em toda a Polônia, na cidade ou no campo, não existe um habitante deste país que desconheça o nome do compositor e a qualidade seu trabalho. Com freqüência, no rádio e televisão, horários especiais são destinados à sua música, à sua memória.

Da sua vida aqui, apenas até os vinte anos de idade (depois viajou para Paris,e lá ficou, sem nunca mais ter retornado à sua terra Natal), dos lugares onde viveu e visitou são conservados, lembrados e preservados como Patrimônio Nacional de valor inestimável. Dentre esses lugares, está Duszniski Zdrój - uma pequena cidade, e ação de águas térmicas no sul da Polônia.

Em 1826, Chopin então como dezesseis anos, depois de terminar com louvor seus exames no Liceu de Varsóvia - espécie de Escola Fundamental de Música, necessitava descansar e reestabelecer sua frágil saúde. Por recomendações do médico e indicações do seu professor Jósef Elsner, o jovem músico com sua mãe e duas irmãs, Ludwiga e Emília, escolheram Duszniki Zdrój para o descanso.

Estação termal, situada em um pitoresco vale aos pés das montanhas Orlickie e Bystrzyckei, e as margens do Rio Bystryca Dusznicka, o próprio nome da cidade é decorrente do efeito salutar das fontes de água mineral que ali nasceram (em polonês- Dusznósé, asfixia e Zdroju, saúde).

No começo do século XVII e, mesmo antes desta época, em 1408, a região já era conhecida por suas águas que reestabeleciam a saúde, principalmente daqueles que sofriam de doenças respiratórias.

Chopin ficou em Duszniki Zdrój durante todo o mês de agosto de 1826. Mesmo estando de férias e, em repouso, realizou dois concertos públicos na cidade, em benefício dos órfãos.

Com o passar dos anos, homenagens e monumentos foram erguidos para a lembrança desta viagem de Chopin à Duszniki Zdrój.

Em 1883, uma aLameda, que atualmente une o centro da cidade com o parque que abriga as fontes de água mineral, foi denominada Frederic Chopin.

Em 1892, na sala de concertos onde Chopin tocou, uma placa foi colocada: “Nesta sala Frederic Chopin deu em, 16 de agosto de 1826 seu primeiro concerto público, a favor dos órfãos”.

Em 1897, Viktor Magnus, polonês residente em Varsóvia, decidiu erguer um monumento para comemorar os dois concertos públicos de Chopin - um alto relevo com o perfil do compositor realizado pelo artista plástico Roman Dewandowski com uma placa contendo dizeres em latim: “A Frederic Chopin que, em 1826, demonstrou no despertar da sua juventude, seu nobre caráter, sua alta cultura e verdadeira arte; erigiu-se em 1897, esta eterna memória com permissão das autoridades municipais, realizada e custeada pelo polonês e para o polonês”.

Duszniki Zdrój, então naquela época, Reinertz. Uma cidade alemã (daí a inscrição em latim - uma língua neutra), só depois da segunda Guerra Mundial, em 1946, tornou-se palco de uma homenagem viva e dinâmica que se repete anualmente - Festival Internacional Chopin, sem caráter competitivo, o festival que acontece sempre em meados de agosto, reúne entre artistas poloneses e estrangeiros os grandes intérpretes de Chopin.

Para comemorar a estréia do evento, uma segunda placa foi colocada na sala onde Chopin tocou, hoje denominada solar Chopin. “Nesta sala,em agosto de 1826 Frederic Chopin realizou concertos. Na memória deste acontecimento, patriotas libertos realizam anualmente desde 1946, Festival Chopin.” E, novamente, no dia doze de agosto último, a tradição se repetiu:- flores foram depositadas no monumento erigido em 1897, assinalando a abertura de mais um Festival Chopin em Duszniki Zdrój - o 41° Festival Internacional Chopin.

No parque ao lado do Solar Chopin e próximo do monumento, foram hasteados bandeiras dos países participantes - artistas da Polônia, França, Tchecoslováquia e Estados Unidos da América. (Também nós, brasileiros tivemos a nossa bandeira ali hasteada quando em 1976, Arthur Moreira Lima participou do Festival).

Entre os artistas convidados, quatro pianistas que participaram do XI Concurso Internacional de Piano, Frederic Chopin, realizado em outubro de 1985, em Varsóvia: Krzysztof Jabfónski (pianista polonês, 3° lugar), Jean Marc Luisada (pianista francês - 6° lugar), François Killan (pianista francês - premio de melhor participante na semifinal) e Edward Zilberkant (pianista americano que não passou para a segunda etapa eliminatória do Concurso, porém, chamou a atenção da crítica especializada pelo nível do seu trabalho artístico).

Durante o período do Festival (21 a 13 de agosto) foram realizados, ao todo, quinze concertos (nos horários de 11hs, 19hs e 22hs), proporcionando aos ouvintes uma programação completa diariamente. Para os que não conseguiam bilhetes, sistema de auto-falantes foi instalado em todo o parque, e, sentado nos bancos entre árvores e chafaris, se pode ouvir a música realizada nos interiores das salas de concertos (Solar do Chopin e Sala “Za Muszla“ - atrás da concha).

A grande parte do programa do Festival foi destinado às obras de F. Chopin e Franz Liszt (1811-1886), compositor húngaro, amigo e contemporâneo de Chopin que neste ano comemora-se cem anos de seu falecimento.

Tanto no concerto de abertura, como no de encerramento, uma unidade de programa foi mantida, na primeira parte de cada concerto, obras de Chopin e Liszt, e, a segunda parte, um concerto para piano e orquestra de Chopin.

No concerto de abertura, sob a regência de Marek Pjarowski (diretor artístico do Festival), Bogdan Czapiewski executou na primeira parte, Fantasia em Lá M sobre um tema polonês op. 12 de Frederic Chopin e Concerto nº1 para piano e orquestra de Franz Liszt. Na segunda parte, Krzystof Jabtónski recriou o concerto nº2 op. 21 de Frederic Chopin.

No concerto de encerramento, sob a regência de Wosciech Czepil, Marek Drewnowski recriou “Andante Spianato e Grande Polonaise” op. 22, Frederic Chopin, e “Tontentanz, Paráfrase sobre tema “Dies Irae”, para piano e orquestra de Franz Liszt.

Na segunda parte, novamente o pianista polonês Krzystof Jabtónski, porém neste concerto, recriou o Concerto nº 1 de Frederic Chopin.

Sem dúvida, uma das grandes relações do Festival foram os dois concertos realizados por K. Jabtónski. Sensível diferença do pianista que participou do Concurso, em outubro último, para o artista de agora. Jabtónski apresentou-se mais maduro, “Senhor da sua arte”, proporcionando aos ouvintes momentos de encantamento e profunda suavidade, principalmente no concerto de encerramento.

Outro pianista bastante elogiado foi Marek Drewnowski. Pianista polonês bastante conhecido pela recriação das Sonatas de Scarlatti. Teve um momento importante da sua vida artística quando em 1984, Leo Nard Bernstein, um dos mais importantes regentes da atualidade, interessou-se pelo seu trabalho, e sob a batuta do grande mestre realizou concertos pela Europa.

Dois concertos foram realizados na Igreja da cidade Capela Bydgostresinis sob a regência de Wladzimir Szymarisk executou obras de Haendel, e coro do Rádio e Televisão de Wroctaw, sob a regência de Edmund Kaj Dasz, realizou a Missa Choralis de Franz Liszt.

Durante o Festival, um recital vocal de raríssima beleza: Andrzej, Miohki, renomado barítono polonês recriou as canções de F. Chopin.

Ainda entre os artistas poloneses, Waldemar Malicki realizou um recital Liszt, abrangendo no programa as mais importantes obras do Compositor húngaro, como por exemplo, Sonata Si b menor e Valsa Mefisto.

Um dos grandes acontecimentos do Festival, como acontece anualmente, foi o “Nokturno” - recital a luz de velas, com convites exclusivos, onde todos os pianistas participante do festival, recriam obras de F. Chopin. Um comentarista, entre as apresentações dos pianistas, comenta a vida do compositor, artistas declamam poemas. Neste ano, a condução do “Nokturno” ficou a cargo de Jan Weber, um dos mais importantes críticos de música da Polônia na atualidade.

Com a participação da Sociedade Frederic Chopin de Varsóvia, porém sob a responsabilidade prática e executiva das autoridades locais (Bronislaw Oteszk - Presidente do Comitê de Organização e Andrezej Merkur - Diretor da Central de Organização, respectivamente prefeito e secretário de cultura da cidade), o Festival Chopin em Duszniki Zdrój é mais uma demonstração de dedicação afetuosa que o povo polonês reserva ao seu compositor maior - Frederic François Chopin.


Salete Maria Chiamulera

Duszniki Zdróy - Polônia

Voltar
Conhea a ferramenta do POW internet para criao de sites Institucionais e E-commerce